O clássico anime cult considerado o “pai” do estilo Shoujo, Rosas de Versalhes (Versailles no Bara) acaba de ganhar uma nova adaptação agora em formato de filme para Netflix. O mangá de Riyoko Ikeda lançado em 1972 estava há anos sem uma adaptação nova, recebe novamente o devido valor pelas mãos do estúdio Mappa.

Um clássico absoluto

Rosas de Versalhes OScar 1979
Imagem: anime de 1978/ Estudio TMS

O primeiro anime de Rosas de Versalhes data de 1979, adaptando os volumes do mangá em 40 episódios. O designer de animação da série Shingo Araki, conhecido por nós aqui do Brasil pela série clássica dos cavaleiros do zodíaco. O que torna a série particulamente nostalgica para nós.

Conhecido por revolucionar o gênero de romance Shojo, por seus tra~~os elegantes e unicos, mas também pela ousadia da história, que explora temas de genêro, romance e relacionamentos profundos.

Uma nova adaptação linda

Oscar rosas de versalhes netflix
Imagem: Netflix

Agora, falando da nova animação, um breve resumo do que é Rosas de Versalhes. Ambientada na França no período da revoluação no final do século 18. Um marco na história mundial sobre a queda da monarquia. Tendo como personagem central Maria Antonieta, uma figura histórica Rainha da França, casada com Lúis XVI. Nesse contexto histórico real, encontra-se a protagonista Oscar, criada para história. Filha de um gerneal da realeza, que deseja muito um herdeiro homem, Oscar foi criada como menino para servidor na Guarda Real na proteção de Maria Antonieta.

Com esse contexto, inicia-se o filme, com a adorável Antonieta chegando na França, aos 14 anos para casar-se com o então principe Lúis, para selar uma união entre Áustria e França. Já no começo Antonieta fica maravilhada com a beleza de Oscar, finando impressionada por ela ser uma mulher. A evolução da história acompanha os acontecimentos reais da vida de Antonieta até a Revolução Francesa. Os anos vão se passando e os personagens crescendo e se desenvolvendo.

Antes de tudo, é um musical

A maior novidade nessa adaptação está no fato de ser um musical, o que pode se tornar ruim para quem não gosta do gênero. Porém por ser uma produção japonesa, a forma dos musicais se distancia dos clássicos da Disney. As músicas estão interligadas ao enredo fortemente, funcionando como elo entre a passagem do tempo e os acontecimentos. Outro fato que ajuda, as músicas muitas vezes não são cantadas pelos personagens e não estão presentes a cada 5 minutos. Um detalhe importante, as músicas são cantadas em japonês, ou inglês se colcoar nesse idioma. Ressalta-se que em inglês as musicas estão emocionantes, muito bem cantadas.

A beleza da animação do estúdio mappa, que produz Jujustu Kaisen, Chainsaw Man entre outros animes de grande orçamento está no seu máximo aqui. Com riquezas de detalhes incluindo os cenários, como Paris e todo o palácio de Versalhes. O traço elegante de Riyoko Ikeda casa perfeitamente com a nova animação vibrante e cheia de cores.

Carga dramatica

O filme apesar de precisar escolher cortar muito da obra original, afinal são 10 volumes e 40 episódios de anime. Optou por centralizar nos personagens princpais, mostrando o amante de Antonieta, o conde sueco Von Fersen, assim como o fiel amigo de Oscar, André. Ainda falando da Rainha Antonieta, aqui ela é retrada muito bem, além da marca de “Rainha fútil”, ilustrada em diversas obras. Mostrando que começou com uma donzela gentil que graças a influencia e tempo viveu em seu próprio mundo de luxo, desconectada do restante da França A trama aprofunda nesses personagens e seus dramas amorosos, deixando de lado muitas das tramas secundárias presentes no anime e mangá, que servem muito mais para elucidar como era a plebe de Paris e a corte do palácio, o que pode causar um estranhamento para quem conhece a obra original.

No final, acaba por ser uma boa escolha, pois percebe-se que escolheram por mostrar o coração da obra, mesmo que de forma muito condessada, o espirito, o amor e sobretudo a mensagem de liberdade, seja para França ou pera os próprios personagens é reforçada continuamente.

Final dramático e lindo

Rosas de versalhes netflix
Imagem: Netflix

A obra ficou famosa por suas inovações para época, mas também pelo seu final dramático, ao melhor estilo “Romeu e Julieta” onde com a morte de Oscar e Andre durante a queda da Bastilha. Mostram o olhar grandioso da autora, que utilizou tal momento histórico em combinação com desfecho trágico da protagonista, que em suas palavras “Não tenho arrependimentos”, reforçam o espirito de revolução e liberdade da França daqueles que doaram suas vidas para que seu país enfim pudesse ser liberto da opressão da monarquia.

Por fim, a Netflix junto da Mappa mais do que acertaram em reviver essa obra, que nunca esteve esquecida, mas carecia de uma nova adaptação atualizada. Para aqueles que não conheciam nada sobre Rosas de Versailes, porém gostam de histórias de época, romance e claro uma animação linda, o filme vai agradar muito. Funciona tanto como uma obra fechada para entreter e emocionar, quanto uma porta para conhecer mais do material original como o mangá e o antigo anime.

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