Em comemoração ao aniversário do Mestre Shotaro Ishinomori, uma resenha de uma das suas maiores criações… Kamen Rider Black

Kamen Rider Black é um dos maiores clássicos do gênero tokusatsu, aclamado tanto no Japão quanto no Brasil, onde foi exibido pela extinta Rede Manchete entre 1991 e 1994. A série estreou na TV japonesa em 1987, celebrando 35 anos em 2022. Recentemente, o legado de Kamen Rider Black foi renovado com o lançamento do reboot Kamen Rider Black Sun na Amazon Prime Video, em 28 de outubro de 2022.

O mangá de Kamen Rider Black foi publicado na Weekly Shonen Sunday de 1987 a 1988, totalizando 23 capítulos. A obra foi posteriormente compilada em seis volumes encadernados no Japão, e em formato “2 em 1” no Brasil. A história, criada pelo lendário mangaká Shotaro Ishinomori (1938-1998), apresenta uma perspectiva única sobre o universo de Kamen Rider, mais sombria e filosófica do que a versão da TV.

O impacto da profecia e o mundo de Kamen Rider Black

Resenha | Kamen Rider Black (1987)
Imagem: Shotaro Ishinomori

Ishinomori, conhecido como o “Rei do Mangá”, incorporou temas de organizações malignas infiltradas na sociedade, como a Shocker da primeira série de Kamen Rider, para criar uma trama pós-apocalíptica. A filosofia de Gorgom, a vilã da história, é baseada na ideia de “reconstrução através da destruição”, um conceito que perpassa toda a obra.

No período de publicação do mangá, Ishinomori se influenciou pela profecia de Nostradamus sobre o fim do mundo, o que permeia a narrativa de Kamen Rider Black. A série explora a iminência do colapso humano e os dilemas filosóficos sobre o destino da humanidade, conceitos que foram profundamente marcantes no final dos anos 1990. Curiosamente, o autor faleceu em 1998, antes da chegada do milênio, sem viver para ver o futuro que ele mesmo previu.

A jornada de Kotaro Minami no mangá de Kamen Rider Black

Resenha | Kamen Rider Black (1987)
Imagem: Shotaro Ishinomori

No mangá, o protagonista Kotaro Minami (nome mantido na versão brasileira) é apresentado como um jovem com amnésia, cujo passado misterioso o leva a enfrentar monstros e sociedades secretas. Sua transformação em Kamen Rider ocorre quando ele se fortalece e adquire características de um “homem-gafanhoto”, o que marca sua jornada de autodescoberta.

Kotaro é envolvido com a equipe de TV, viajando por diversos países, incluindo Nova Iorque, para investigar aparições sobrenaturais. Ele descobre que uma sociedade secreta, Gorgom, está por trás dos ataques, enquanto seu passado e o vínculo com Kyoto, sua irmã adotiva, começam a emergir. Esses elementos se entrelaçam com a história de Nobuhiko Akizuki, irmão legítimo de Kyoto, e com o destino de Kotaro, que está ligado a ele de maneira inexplicável.

Ao contrário da versão televisiva, o mangá apresenta um tom mais sombrio e cheio de elementos de terror, suspense e conspiração. Ishinomori, com mais liberdade criativa, mergulha profundamente em temas de niilismo e humanidade. O confronto final entre Black e Shadow Moon acontece em um cenário apocalíptico, refletindo a filosofia de destruição e reconstrução da trama.

A influência duradoura de Kamen Rider Black

Resenha | Kamen Rider Black (1987)
Imagem: Shotaro Ishinomori

O mangá é essencial para os fãs do tokusatsu e da obra de Ishinomori, sendo um marco na história dos mangás de heróis. A versão em quadrinhos foi além das limitações da série de TV, oferecendo uma visão única e impactante. Com a chegada do reboot Kamen Rider Black Sun, a obra continua a ser um clássico reverenciado tanto por fãs antigos quanto novos.

Se você é fã da franquia ou dos trabalhos de Shotaro Ishinomori, Kamen Rider Black é uma obra imperdível para sua coleção. Esta série é uma homenagem à genialidade de um dos maiores criadores de mangás, e sua influência segue viva em novas gerações de fãs de tokusatsu e mangá.

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